O setor elétrico brasileiro enfrenta um momento crítico com uma das tarifas de energia elétrica mais altas do mundo, segundo uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para 55% dos empresários industriais brasileiros, o excesso de subsídios do setor elétrico afeta diretamente a competitividade da indústria.
A presidente-executiva da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), por exemplo, destaca que os altos custos com encargos, como a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), prejudicam, e muito, a indústria do alumínio. Esses encargos representam uma parcela significativa nos custos de produção, afetando a viabilidade econômica do segmento.
“Nosso setor é eletrointensivo e qualquer aumento de encargo impacta diretamente essa competitividade. Um levantamento realizado pela ABAL apontou que o custo da energia no setor saltou de 27% para 72% entre 2001 e 2019”, destaca Janaina.
A falta de transparência na formação dos custos e a necessidade de racionalizar os subsídios são algumas das medidas urgentes para mitigar os problemas enfrentados pelo setor do alumínio.
A pesquisa
A recente pesquisa da CNI revelou que 55% dos empresários brasileiros acreditam que o excesso de subsídios no setor elétrico prejudica a competitividade da indústria. Além disso, 47% dos entrevistados apontam que benefícios concedidos a setores específicos, como a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), Fontes Incentivadas e subsídios para a geração distribuída são os principais responsáveis pelo alto custo da energia no País.
No levantamento da CNI, utilizando dados da Aneel, os encargos e impostos representam 44,1% do valor da conta de luz. Em 2023, os custos conjunturais e estruturais somaram R$ 102,35 bilhões. Dentre os custos estruturais, a CDE se destaca, impactando a conta de luz em R$ 40,1 bilhões no ano passado. Criada em 2002, a CDE teve um aumento significativo em dez anos, saltando de R$ 14,1 bilhões para o valor atual.
Segundo os empresários da indústria, o setor elétrico brasileiro necessita de reformas urgentes em seu modelo atual para garantir a sustentabilidade do segmento. A revisão dos subsídios e encargos é crucial para reduzir o custo da energia e fortalecer a competitividade da indústria nacional.
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